sexta-feira, agosto 29, 2008
Vai tua vida
quarta-feira, agosto 27, 2008
O labirinto
sexta-feira, agosto 22, 2008
quinta-feira, agosto 21, 2008
Derrame verbal
terça-feira, agosto 19, 2008
Animus & Anima
sexta-feira, agosto 15, 2008
Uma temporada no inferno
So closer, too far away
quarta-feira, agosto 13, 2008
De '89 a '08
terça-feira, agosto 12, 2008
Sexta-feira da Paixão
segunda-feira, agosto 11, 2008
Philo & Sophia
sexta-feira, agosto 08, 2008
O calendário dos velórios
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quinta-feira, agosto 07, 2008
Quero ser Deus, Quero ser Hannah
quarta-feira, agosto 06, 2008
Cem anos de solidão
terça-feira, agosto 05, 2008
Uma lira desvirgem (deflorar: de flor em ar)
por favor,
enfia folhas plácidas
amarradas por cadarços,
ou que via de regra sejam
escritas com sangue e pena
e tenha pena, por favor
ou não há acordo com a minha paz
nem com o terno do termo abreviado
que senta e muito faz na procura pelas pernas
para serem cruzadas
(é medo dos olhos que comem os olhos)
(ou das mãos que tateiam os teus dedos e vagina)
o sino na crista da amargura alucinada - que sina
disfarçar é a minha dignidade – que nada
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minha,
saio berrando o que não tenho na goela
tua,
cela cancela o ela e fica mim, eu, sentido
o susto afunda umbigos
morra comigo?
se respeitares este pedido,
a tua rima será deflorada
a raiz extirpada
e os teus papéis rabiscados
boicotados, atirados lado a lado
obrigados a queima do meu trago
saído
fundido
indo
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buscar a tua pureza no quadro branco
que é silêncio
(este que forjo com a corja das sílabas-marias
que de virgem só carregam o oco da solitude
numa euforia ranzinza)
Me ama, me cama, me vinho
segunda-feira, agosto 04, 2008
Lavoura Arcaica
domingo, agosto 03, 2008
O Dibuk
Fúria Narcísica
Tu cada vez mais te manifestas como existência real; perdes a condição de servir a mim como projeção aos meus impulsos e às minhas fantasias. O que era distorcido sem a tolerância de escrúpulo outrora, agora é percepção aguda e nua. Teu gesto calculado reina a tua própria submissão. Por que não te engoles junto à última folha do trevo teu? Por que não sacias essa tua fome de si? Pois a decadência da solidão aos domingos não folga o teu ego inflamado. E para existires real, faça-me realeza: esculpa em mim a culpa da tua ausência raciocinada.
sábado, agosto 02, 2008
O retrato do artista quando jovem
sexta-feira, agosto 01, 2008
Cuspe metafísico
Estrangeirismo crônico. É uma falta de se reconhecer. Uma memória que não se traga: é seca em sua extravagância. Há um distanciamento dos cabelos que ainda me adornam e me pesam, um descompasso das horas e do sono aprisionado no martelar da lembrança que é o feto em meu ventre. Um desconhecido habitável nas vísceras, cuja fecundação não se deu por mim. A promiscuidade dos outros que me torno sem vestígio de prazer. Um banhar-se inoportuno que me salva do eu. E com o uso de minhas próprias mãos, sou a enfermeira do espelho para que haja o zelo da solidão. O ato de repetir a tristeza por uma reprovação da vida que é o todo dia embaralhado. Que é o vômito embalsamado no estômago da alma - a goela é frágil e quase de vidro. Transformar em obra convencional aos bêbados de si o que é tinta-sangue e rascunho, como num material ingerido que se coagula em veia externa ao limite do corpo, é de um estorvamento repugnante à minha abulia. Ponho-me inteiramente cega ao contemplar o meu ralo, de modo a garantir que nasça uma imagem límpida de cinzas & caos como inspiração - embora esta uma inédita estrangeira.