segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Quando bate o eco mudo na cidade

Os sapatos pisando em falso na crise liquidada. Quantos dois-mil-e-doze faltam para o fim? Não faz verão dentro das costelas; solitária andorinha. Que pendurem a velhice dos calendários na parede. Que minimizem a liberdade à nudez. Que seja como não era, contudo, quando bate o eco mudo na cidade Cérebro, é a sempre vontade de um uísque somado a carteiras e carteiras e carteiras de bastonetes de tabaco que me pendura na cruz do avesso. E não é suplício suicida, nem propaganda do self em cubos de gelo antártico. É u m d i a de fogos arco-íris para a constatação das próximas vinte e quatro horas com síndrome de não prosseguir. Que é que há com o meu sonho acordado? Com as Ritas? As Linas? Com as inspirações que embaraçam os pisos no percurso até o telefone tocando (tocando, tocando, infinito)? Que é que há com a coragem das olheiras sábias? Com o amor-próprio durante o banho milenar? Que é que há com o pontilhado nítido antes do líquido que chora os olhos? Que é que há com você, humano? Para onde levou o pedaço de pedra cintilante que me direcionava os dedos indicadores? Que era o anel-bússola que me descortinava os dentes num riso? Quando tudo vem, a loucura, quando tudo vai, mais loucura, quando tudo mar, eu vou não querendo vir. E se fossem ondas de uísque, para que o eu? Se fossem fossas de uísque, eu não mais sou nem soul: eu-é, eu-ela é, eu-ele é, eu-nós somos. Eu-você me é? O grito existencial é o copo amargo com os 12 anos patinando no gelo, é também fumaça com sangue. A rouca voz fode o silêncio. Toma teus filhos que bebem os meus corações pelos meus seios opacos. Vê que as nossas crianças já nasceram dando passos? Haja crise liquidada. Viva os sapatos que pisam em falso! Ora, felizes três anos para o então dois mil e doze; somente a você a felicidade, somente a você o ano dois mil e doze. Este é o meu último vestido a perambular fundo na cidade Cérebro; não é mágico?