
quarta-feira, dezembro 31, 2008
Toma os teus ponteiros

quarta-feira, dezembro 10, 2008
Hoje é dia de Clarice, 10 de dezembro de 1920
Pneumotórax
terça-feira, dezembro 09, 2008
Birds of Paradise
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Conteúdo fônico descomplicado p'ro Benzinho
domingo, novembro 30, 2008
4 horas & estômago: mais um ensaio
segunda-feira, novembro 17, 2008
Catatonismo
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sexta-feira, novembro 14, 2008
O Retrato dos Hojes
terça-feira, novembro 11, 2008
Aconteça

Nosso tempo
quarta-feira, novembro 05, 2008
A maçã
De modo furtivo, intervindo violentamente a idealização da minha estréia em plena decadência do ano 08, resolvo a lobotomia paranormal. O complemento na nominação dada à intervenção cirúrgica, estreante aos ouvidos igualmente, deve-se ao fato de não se tratar aqui da cura para a esquizofrenia, os delírios ou mesmo as alucinações. É de caráter antagônico a causa: versa-se sobre o ganho de um banho de realidade desmedida quando se impera a boçalidade em desconhecer o ralo mais próximo. Então, a secção é feita entre o real maciço e a ignorância de executar o fim, isto é, fazer uso do crivo da moral. A paranormalidade entra quando a massa do real se esvai. Afinal, a esperança é justamente a falta de competência para finalizar, sendo esta a fome escandalosa de vida que corrói as entranhas. Perdendo de vista todo o assunto verdadeiro que engolfa, ficarei com a esperança intacta: a peneira não me fará sucumbir à moralidade. Eis a cura. Dormir para acordar e acordar para dormir - e assim sucessivamente - só enquanto o piano não despenca no centro neural. É como ter a maçã e a iminência do pecado. Ser amoral incansavelmente durante todo o processo da existência por ganância à liberdade. E, depois, com tamanha câimbra por suportar o vazio do crivo – feita a lobotomia paranormal já descrita -, aplicar o conto-do-vigário; cuja ação se resume, de maneira exclusiva neste caso, a mergulhar em autenticidade ao contrário de banhar-se de. A partir disso, a estréia. Para ser vigarista há de ser moralista. É exatamente neste momento que a queda do piano acontece. Eis a saga do princípio do prazer & as curas temporárias. Tome esta maçã! Pequemos até o apocalipse!
segunda-feira, novembro 03, 2008
Crazy Cock
terça-feira, outubro 21, 2008
Trópico de Câncer
domingo, outubro 12, 2008
Na manhã seguinte,
terça-feira, outubro 07, 2008
Brainstorming
uma das garrafas de cerveja da última quinta se porta esguia em cima do rack de madeira pálida, na estante deste mesmo móvel o copo seco e fundo que antes amargo até a boca faz o favor de nutrir as poeiras d'A hora dos assassinos - Miller inquilino de Rimbaud - com seus ares fungosos, uma outra garrafa ainda de quinta está posicionada ao lado do lixo, que virado, espalha uns bons seis maços raquíticos de cigarros no chão que é madeira envelhecida, a última garrafa que não foi junto à leva de cervejas amarroadas para a fila da pia da cozinha na tentativa quase planejada de purificar o quarto também de uma ressaca que viria está encostada à cama, com um travesseiro leve leve pluma leve pousa limpando-lhe o gargalo, supostamente caído na noite mal dormida de quinta para sexta, uma outra garrafa, mas de saquê e, bem, essa é de sábado, fica próxima ao meu cotovelo esquerdo enquanto digito e páro, modifico o perfil observando o fim do império do meu quarto tão romântico, decadence avec elegance, procurando na janela a noite que perdi por afagar a inquietude nada produtiva por capricho da insônia, então volto a atenção à tela do note sacando o meu vacilo de não citar a xícara com muito sal que tampa justamente o valor da conta de telefone do mês passado que, poxa, venceu há seis dias, e por falar em ligações, quis tanto te ouvir gaguejar em destrambelho pelo ímpeto pulsional de apertar a tua combinação numérica e balbuciar a poesia que é tua e que já é quase um fóssil no meu sistema límbico pois costumo suspender o objeto libidinal a todo custo no disco imperturbável de pensamentos avulsos, como o de onde é que está o cigarro?, agora preso aos lábios, mas e o isqueiro?, ao lado da rolha do carbenet sauvignon de domingo, cuja compra se deu por acaso porque, juro, eu fui mesmo ao mercado só para comprar milho para a pipoca e para a sessão calos de amor com Natural Born Killers e, enfim, o cigarro chegou no filtro e preciso sim jogar as bitucas, as guimbas, as cinzas fora para que seja apagado com soquinhos delicados de dedos no fundo do cinzeiro, diferentes dos socos que deveriam partir do sono em direção certeira ao meu cansaço de ser tão prolixa às seis da manhã da terça de mais outra semana que me acompanhará a vida-a-vida com mais outras garrafas, que decerto se estacionarão em cantos sábios desse meu ambiente, me fazendo perder a coerência para decorar os sentidos como o de concluir que o copo americano com resto de café também serve de túmulo ao cigarro que, pobre coitado, apagou sozinho entre os dedos,
Carta ao Absurdo
segunda-feira, setembro 29, 2008
Eu tropeço na cortina abrindo que é para o espetáculo logo terminar
quarta-feira, setembro 17, 2008
Ensaio sobre a cegueira
sexta-feira, setembro 12, 2008
A junkie romance
quarta-feira, setembro 10, 2008
Uma quase terráquea no térreo
Os passageiros do ônibus penetram as minhas cortinas junto ao sopro dos carros que parece deitar em minha cama, ler as pilhas dos livros que coleciono aglomerados à varanda da rede, saborear os meus retratos de memórias de uma condenada com malícia; que parecem vacilar o ritmo da espera enquanto o semáforo diz não e eu nunca. É cair o dia e os carros dançam a valsa fúnebre em uma fileira sem par. Um após o outro: a agonia-dominó dominando os ouvidos do silêncio fora da lei. Os redemoinhos do apartamento do térreo – com exatidão, a quarta janela da esquina de lá para cá – divertindo a cena trivial dos que partem para chegar, dos que vão para voltar, e mais todos os verbos que rimam as pessoas com destino e mosaico sem desfalques. Pensei em alongar a veneziana e empurrar as duas fatias de vidro de modo a não ter vão algum para olho nenhum, mas, se assim feito, os meus cigarros fumados afinco e com muita fome me matariam antes do previsto e, bem, será que posso com mais seis qüinqüênios dessa vida-tromba-d’água?
terça-feira, setembro 02, 2008
Valerie
segunda-feira, setembro 01, 2008
Dois mil duzentos e oitenta e sete
sexta-feira, agosto 29, 2008
Vai tua vida
quarta-feira, agosto 27, 2008
O labirinto
sexta-feira, agosto 22, 2008
quinta-feira, agosto 21, 2008
Derrame verbal
terça-feira, agosto 19, 2008
Animus & Anima
sexta-feira, agosto 15, 2008
Uma temporada no inferno
So closer, too far away
quarta-feira, agosto 13, 2008
De '89 a '08
terça-feira, agosto 12, 2008
Sexta-feira da Paixão
segunda-feira, agosto 11, 2008
Philo & Sophia
sexta-feira, agosto 08, 2008
O calendário dos velórios
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quinta-feira, agosto 07, 2008
Quero ser Deus, Quero ser Hannah
quarta-feira, agosto 06, 2008
Cem anos de solidão
terça-feira, agosto 05, 2008
Uma lira desvirgem (deflorar: de flor em ar)
por favor,
enfia folhas plácidas
amarradas por cadarços,
ou que via de regra sejam
escritas com sangue e pena
e tenha pena, por favor
ou não há acordo com a minha paz
nem com o terno do termo abreviado
que senta e muito faz na procura pelas pernas
para serem cruzadas
(é medo dos olhos que comem os olhos)
(ou das mãos que tateiam os teus dedos e vagina)
o sino na crista da amargura alucinada - que sina
disfarçar é a minha dignidade – que nada
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minha,
saio berrando o que não tenho na goela
tua,
cela cancela o ela e fica mim, eu, sentido
o susto afunda umbigos
morra comigo?
se respeitares este pedido,
a tua rima será deflorada
a raiz extirpada
e os teus papéis rabiscados
boicotados, atirados lado a lado
obrigados a queima do meu trago
saído
fundido
indo
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buscar a tua pureza no quadro branco
que é silêncio
(este que forjo com a corja das sílabas-marias
que de virgem só carregam o oco da solitude
numa euforia ranzinza)